sábado, 16 de janeiro de 2010

Carta



Há muito tempo, sim, não te escrevo.

Ficaram velhas todas as notícias.

Eu mesmo envelhecí: olha em relevo
estes sinais em mim, não das carícias
(tão leves) que fazias no meu rosto:
são golpes, são espinhos, são lembranças
da vida a teu menino, que a sol-posto
perde a sabedoria das crianças.

A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir, quando dizias
“Deus te abençoe”, e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.

(Carlos Drummond de Andrade)

6 comentários:

  1. Bellísimas cartas, me he quedado por aquí leyendo...y disfrutando de estas letras y los fractales.
    Ayer quise entrar pero me decía que no existía el blog, me alegra que no sea así, me gusta mucho tu espacio.
    buen domingo!!
    Besos:)

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  2. Que gusto pasar a leerte siempre.. un deleite.

    Un abrazo
    Saludos fraternos..

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  3. Lindo esse poema, delicado...Passamos a vida saudosos da nossa sabedoria infantil. caminhamos procurando a nossa pureza,a essencia. Lindo amiga. Montão de abraços e bjs

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  4. É sempre uma delicia ler Drummond,,,,beijos querida amiga, obrigdo pelo seu carinho comigo....tenha uma linda semana.

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  5. LINDO D+

    SAUDADES DE TI MINHA FLôR.
    BJS E MEL PRA TI!

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  6. Lindo!

    Mas será que não dá pra adicionar sonhos à vida?

    Beijo.

    (http://ericaferro.blogspot.com/)

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