quinta-feira, 18 de março de 2010

Série - Poesia Visual I


(Poemas visuais da série "Convergências" - do catarinense Tchello d'Barros - que integram a

 exposição homônima, já exibida em Blumenau/SC, Maceió/AL e João Pessoa/PB. P projeto 

conta tb com uma oficina de Poesia Visual. www.tchello.art.br)


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"Até prova em contrário, este seria O PRIMEIRO POEMA VISUAL conhecido: O OVO, do grego Simias de Rodes, três séculos antes de Cristo."




Tratarei aqui do Projeto de pesquisa de pós-doutoramento, sob a orientação de
Antônio Miranda, em uma  série de diversos capítulos.





Sobre o criador do Projeto:
Nos anos 50, Antônio Miranda já era um poeta discursivo conforme 
os modelos ao seu alcance e continuou na mesma trajetória, 
assimilandoe criando estilos. Mas, como tantos outros poetas de sua 
geração, fez as suas experiências nos moldes do concretismo e do 
neoconcretismo. 
Adotou o pseudônimo de Da Nirham Eros e chegou a publicar no SDJB,
 a expor no Brasil e na Argentina os seus “poegoespaços” e participou 
dos grupos Integración e Madi. O poegoespacialismo foi reconhecido 
pelo crítico Roberto Pontual como renovador. Então,  prefere depois 
usar um termo mais abrangente – Arte Verbal de Vanguarda - numa 
exposição e num curso que promoveu em Buenos Aires, em 1962, 
no sentido de associar aquelas criações às artes plásticas e poéticas
 integradas, como hoje em dia é uma associação natural entre os 
praticantes da Poesia Visual. E, para Antônio Miranda, "os poetas 
visuais continuarão multiplicando-se e surpreendendo-nos com
o domínio da criação e do uso das tecnologias." 





Poegoespaço de Da Nirham Eros
(Antonio Miranda)



Outras representações de "poegoespaços"; TRANSVERSAL, 
CRUZADO 
E PAZ PODRE, igualmente ou mais interessantes, VALE A PENA  ver
nesse link:


http://www.antoniomiranda.com.br/da_nirham_eros/poego_
spaco.html


Dentre os autores inseridos nesse Projeto está EDGAR BRAGA,  e as 
opiniões sobre seus poemas divergem... Antônio Miranda não o considera
 um poeta concretista.


ive              morto           vive
morto           vive             morto
                    vivo
                    vive
                    morto
                    vive
                    morto
                    vivo
viva                o                  morto
 


Sobre sua obra, o poeta Augusto de Campos escreveu, no poema Algo sobre Algo: 
"o que espanta em Edgard Braga é a liberdade total da criação, que faz com que, perto 
de seus poemas, as mais ousadas tentativas de atualização ou rejuvenescimento de certos 
poetas da velha geração pareçam tímidos ensaios de recauchutagem." Porém, tanto 
Augusto de Campos como Décio Pignatari viam em Edgar certo amadorismo no traço 
de seu desenho, já que, ao contrário dos concretistas que têm seus poemas 
cuidadosamente pensados, e   em Braga "o que nele sente, pensa depois".  


"Rozélia insistia em me dizer que (Eduardo) Braga era PUNK: rabiscos em qualquer 
pedaço de papel, economia de signos gráficos, utilização de material barato, 
truques (à Orson Welles) ao redatar, várias vezes, cópias de um só poema. 
O punk não deixa de ser uma tradução/diluição industrial de Dada, o movimento
 modelo de toda a arte do provisório e do precário deste século. As coisas fazem
 sentido. Se Kurt Schwitters inventou a genial arte MERZ, Braga, forçando um 
pouco a barra, inventou o TATOEMA, grafite de câmera (feito para o papel, não 
para os muros da cidade), bricolando o verso curto, descontínuo, o desenho e 
a pintura de palavras na pele do poema." (Antônio Miranda)

Além dos poemas em si, afirma Antônio Miranda, "o que especialmente 
me impressiona em Braga é ele ter começado a revolucionar sua poesia 
numa idade (60 anos) em que os poetas brasileiros costumam entregar 
os pontos."
Os poemas de "Soma" foram selecionados por Augusto, Décio e Haroldo. 
diagramação é de Décio. Os tatoemas de "Algo" foram escolhidos por Augusto 
e Décio, que também os diagramou. Em "Tatuagens" Augusto de Campos e 
Antônio Miranda selecionaram os trabalhos e Júlio Plaza fez o projeto gráfico.

“Há poesia sim, mas não poesia tal como a elaborada a partir dessa 
máquina-infernal-digital que chamamos de linguagem, mas poesia 
a partir das pulsões e ritmos enérticorporais, que conseguem criar 
palimpsestos com vitalismo. É na troca do tipo-gráfico pelo topográfico
 que a poesia de traços-desenhos (como substitutos primários) urde
 a textura que indica (em todo seu frescor) o Braga. Assinatura.
Julio Plaza"
Ainda bem que "o rigor formal do concretismo evitou que os 
tatoemas de Braga — anteriores à onda de grafite que invadiu
 São Paulo — descambassem numa graforréia poética."




(Projeto  realizado em  homenagem à poesia visual e para celebrar os 50 anos (2006) do Movimento de Poesia Concreta, que se afastava definitivamente de suportes semânticos e sintáticos, lançada em dezembro de 1956 )

8 comentários:

  1. Graça, olha que barato. Participei do lançamento do livro Desbragada, e da exposição no cento cultural, lá nos idos dos anos 80. Conheci o Braga, um amorzinho, logo depois ele morreria. Eu gosto demais do trabalho dele. Gostei muito de ler as v[arias opiniões sobre ele. Muito bom seu trabalho.

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  2. Que post interessante, Graça.
    Gostei!
    Você é muuuito gentil, viu?
    Valeu pelo carinho de sempre.
    Adoro a sua pessoa também.
    Beijo grande.

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  3. Oi, Graça !!!!

    Achei o projeto muito interessante a charmoso.
    Trabalha a poesia e as formas....são versos em formato de figuras e isso deve ser bem dificil de ser feito.
    Eu não conheçia esse projeto, mas achei muito bonito.

    Um abraço !!!!!

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  4. Nossa,arrasou! Isso é que é criatividade. Gostei demais do filme. Progeto maravilhoso. Hoje estou passando pra agradecer a amizade e o carinho amiga. estou triste e sem inspiração. A morte do Koda, o nosso cão lá da imobiliária acabou comigo. Só choro,mas, passei pra te ver. Montão de bjs e abraços cheios de carinho

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  5. Li tudinho fessora! Tô aprendendo! É superbacana esse lance aí, aqui em Porto Alegre tem poêmas no ônibus - não sei se tem aí também - e é legal quando tem algum poema visual, eu fico olhando de um jeito e olhando de outro, e virando a cabeça, e torcendo os miolos e derrepente: é hora de descer!

    Um abraço!

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  6. Olá Das Graças!!

    Quando o computador tal como conhecemos, deixar de existir, como muitos outros avanços eletroeletronicos
    que tornaram-se obsoletos, Vamos contemplar a Poesia Holográfica.

    Excelente Projeto.

    Bom final de semana com muitas bençãos.

    Beijo pra vc.

    Hod.

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  7. Graça...muuuuuuito obrigado mesmo pelo coment la no blog, e inclusive o respondi lá mesmo, desculpe. Depois explico, ok? passe por lá e veja.
    beijos querida.
    adoramos a ti
    Julio e Lisa

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  8. Fazer poesia visual, requer muita criatividade e imaginação.
    Simplesmente lindo, e ter capacidade para absorver a mensagem das mesmas.

    Parabéns!

    Estou aqui também para te dizer que tenho uma surpresa para ti, no meu blog.
    Passa por lá!

    Abraços,
    LUmeNA

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